sexta-feira, 29 de abril de 2016

GINZA: O bairro mais luxuoso e sofisticado de Tóquio

Ginza significa lugar prateado

Ginza (銀座) significa lugar prateado, esse nome originou-se por causa da antiga casa da moeda construída em 1612 no local. O bairro possui um dos metros quadrados mais caros do mundo, chegando a US$ 948, aproximadamente R$ 3.075,00 o aluguel mensal, ou US$ 30.000, a bagatela de R$ 97.302 para venda, mas vale ressaltar que dificilmente encontra-se um imóvel a venda, e por conta disso, esse valor pode ser muito maior.

As maiores e mais famosas grifes do mundo, Louis Vuitton, Rolex, Dior Channel, Salvatore Ferragamo, Apple Store entre outras estão presentes em Ginza, com luxuosas e sofisticadas butiques. Mesmo para o padrão japonês, as compras nessas lojas são de valores elevadíssimos, ainda assim japoneses circulam pelas ruas ostentando sacolas de griffes famosas, na maioria das vezes pequenas, mas contendo grandes fortunas.

Chuo-DoriEm Ginza existem duas grandes lojas de departamento, Matsuya e Mitsukoshi. Cada andar é dedicado a um tipo de produto, como vestuários, cosméticos e utilidades domésticas. Essas lojas possuem balcão de informação em vários idiomas, troca de moeda de vários países, e serviços de entregas em hotéis e aeroportos.

Chuo Dori a principal avenida do bairro é irrestível, mas as ruas menos movimentadas escondem lojas tão ou mais interessantes que as grandes butiques. Algumas vezes, fachadas pequenas e simples, escondem grandes lojas com vários andares, muitas especializadas em roupas tradicionais como os quimonos, e os guetás, tradicional chinelo de madeira. Nas coberturas é possível encontrar simpáticas casas de chá para um time entre as compras. Mas as atrações não param por aí, a loja de departamentos Mitsukoshi possui dois andares no subsolo, onde se concentram vários restaurantes e fast foods.

Chuo DoriGinza é um bairro moderno, com algumas partes ocidentalizadas, mas que mantém com perfeita harmonia, inúmeras tradições japonesas. E isso é facilmente notado na gastronomia local, onde podemos saborear o mais tradicional sushi e sashimi bem fresquinho, o senbei (煎餅) biscoitos de arroz, diversos tipos de doces de feijão azuki, chás de diversos aromas, saquês como shochu e nihonchu, Kobe beef a mais cara e famosa carne do Japão, de vacas tratadas com cerveja e massagens ao som de música clássica para evitar o estresse. Encontramos também croissants, tortas e petit fours comparáveis aos de Paris e um rocambole da pâtisserie Mon-Chouchou, mas é preciso enfrentar filas enormes, sempre muito organizadas.

É de uma padaria localizada na avenida Chuo Dori que saem os pães imperiais. São da padaria Kimuraya, fundada por um ex-samurai, Yasubei Kimura, em 1869. Mas para saborear o pão imperial é preciso enfrentar filas constantes, mas os japoneses encaram de cabeça erguida, por orgulho a família imperial. No mês de abril, a padaria e muitas outras lojas de Ginza, oferecem produtos à base de Sakura a famosa flor de cerejeira, reforçando as tradições que envolvem essa flor cheia de significados e mitos.

As crianças não ficam de fora em um passeio por Ginza, elas podem visitar a Hakuhinkan, uma das lojas de brinquedos mais antiga do Japão, fundada em 1899. Possui seis andares cheios de brinquedos diferentes dos encontrados no ocidente, muitos são bem tradicionais e outros inspirados nos personagens dos mangás e animês japoneses, com olhos grandes bem característico desse estilo.

Nos finais de semana a avenida principal é fechada paro os carros, transformando-se em um enorme calçadão.

Teatro Kabuki-za
O Teatro Kabuki-za Inaugurado em 1889, recentemente reaberto, apresenta espetáculos do tradicional teatro kabuki, representado apenas por homens, com sessões traduzidas simultâneamente para o inglês. O teatro ficou fechado por três anos para reforma, e durante esse tempo cedeu seu posto de cartão postal para o famoso edifício Wako, construído por Kintarō Hattori, fundador da Seiko, com a icônica Torre do Relógio Hattori, é um dos poucos edifícios do estilo europeu que ainda restou.

Ginza foi construída sobre um antigo pântano que foi preenchido no século XVI, no período Edo. Na era Meiji, em 1872 um incêndio destruiu a maior parte do bairro, e a reconstrução ficou marcada na época como “modelo de modernização”. O então governo decidiu construir edifícios com tijolos à prova de fogo, e ruas maiores e melhores no estilo ocidental. Os projetos da área foram desenvolvidos pelo irlandês Thomas Waters. Mas essa nova cara do bairro não agradou muito os japoneses da época, que preferiam mais o estilo tradicional da era Edo. Com isso muitos prédios de apartamentos e salas comerciais de preços elevadíssimos, ficaram vazios. Mas o local virou um simbolo da nova “civilização”, e já naquela época, suas belas vitrines chamavam a atenção, então a avenida Chuo Dori passou a ser um local para matar o tempo, e de lá para cá esse costume só evoluiu.
Fonte: IPC Digital

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